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segunda-feira, 14 de novembro de 2011

DANIEL REVERENDO na EMEI Guia Lopes

Um dos objetivos do Projeto Didático de nossa escola é o de promover ações que desmistifiquem alguns símbolos africanos e afro-brasileiros. A Professora Ana Carolina optou por trabalhar, como temas centrais, as Árvores e Tambores . Através deles as crianças entraram em contato com a cultura africana, seus mistérios e mitos. A obra de Pierre Verger foi utilizada para fomentar a imaginação e os saberes infantis sobre o assunto. Na  festa junina  afro-brasileira,  uma lindíssima música foi escolhida e caiu no gosto de todas as crianças da escola. Depois de nossa participação na Roda de Conversa  no evento “Pílula de Cultura” promovido na Casa das Caldeiras, fizemos vários contatos, um deles nos possibilitou conhecer um talentoso instrumentista, compositor, artesão, cantor..... e educador nato. Daniel Reverendo é um dos poucos artistas existentes no Brasil que, seguindo a tradição, esculpe seus tambores em troncos de árvores, transformando-os em verdadeiras obras de arte. Depois de alguns contatos, pedimos a ele que confeccionasse um tambor dentro da escola, e ele aceitou o convite! 
As surpresas não terminaram por ai. Dono de uma fala encantadora e de um conhecimento didático- pedagógico que desconhecíamos, aos poucos foi seduzindo a todos nós e, em especial as crianças. Descobrimos, numa conversa que ele é o compositor da música que as crianças dançaram na festa afrobrasileira  que batizamos de “Pele de Tambor”. Desde o início do segundo semestre, tem participado dos eventos promovidos pela escola, entrando em nossas vidas com toda sua sabedoria e sensibilidade.
                                 Sem dúvida nenhuma, uma grande e boa surpresa!
Uma parceria que promete!
A partir da próxima semana, todas as crianças poderão curtir o Daniel fazendo seu instrumento, contando histórias e cantando suas lindas canções em meio às árvores de nossa escola.
Saiba um pouco mais sobre Daniel Reverendo








Roda de Conversa


 

A equipe da EMEI GUIA LOPES ousou realizar uma roda de conversa sobre a aplicabilidade da LDB e da Lei n.º 10.639/2003 e Lei n.º 11.645/2008 no último dia 11/11/2011, às 19h00 como primeira experiência e organização de um grupo de discussão para futuros encontros.



Contrariando os moldes estabelecidos para a discussão de assuntos que envolvam as políticas públicas e sem perder a seriedade que o assunto exige, escolhemos um formato em que as relações de poder fossem diluídas pela própria disposição dos participantes. Em roda, não há quem fique em evidência, apenas as ideias ficam no centro das atenções com peso e valor de igual medida.

O trabalho com a promoção de práticas que visam o respeito à diversidade, em especial àquelas que respeitem os elementos que compõe a identidade de nossas crianças e a valorização das histórias de vida de seus familiares, mostrou-nos não ser tarefa fácil.
Entramos em contato com algumas instituições que debruçam seus estudos sobre o assunto e compartilhamos algumas experiências. Nada comparável aos desafios que vivemos no dia a dia de um projeto tão complexo quanto apaixonante e necessário.

O trabalho com questões como racismo, preconceito, discriminação e intolerância não poderia ser iniciado sem que antes conhecêssemos a história de cada participante e sua disponibilidade em levar adiante uma discussão sem dia e hora para terminar.


A diversidade esteve representada na figura de cada um e em suas falas. Foram entrelaçados assuntos como relatos de prática, obrigatoriedade que a legislação impõe e a importância de aplica-la, análise crítica de algumas situações vividas por nossa escola, a presença pela curiosidade e disposição em conhecer o nosso trabalho; a militância documentada dos movimentos sociais, enfim uma troca inicial que deixou um gosto de que outro encontro não pode demorar a acontecer.

Nosso objetivo é o de formar um grupo itinerante que possibilite a realização da Roda de Conversa em outras unidades da rede e fomente a discussão, compartilhe dúvidas e inseguranças envolvidas quando a questão vai muito além do que o combate a qualquer tipo de preconceito. Um grupo que promova uma reflexão e avaliação do papel das escolas de educação infantil na formação de cidadãos críticos e mais tolerantes. Um grupo de trabalho que sinalize os equívocos de um suposto trabalho com a identidade de nossas crianças, comumente alardeado. Um grupo que, sobretudo ajude-nos a reconhecer os nossos próprios preconceitos e como evitar que permaneçam incrustrados em nossa prática pedagógica.

Considerando as diferentes características de seus membros e suas experiências, pretendemos rodiziar a condução dos trabalhos entre as lideranças que o compõe.
Acreditamos que, como nós, algumas escolas precisem ser desafiadas a trabalhar com estas questões para que percam o medo do desconhecido e da possibilidade de errar.
Que, como nós, percam a “ingenuidade” quando são categóricas ao dizer que nossas crianças precisam ser poupadas de algumas verdades, e portanto da vida como ela é. Que sequer imaginam que sobre o racismo, a intolerância, o preconceito, nós é que temos muito a aprender com elas.
Nossa pouca experiência e a imensa vontade de compartilharmos nossas experiências nos permite dizer que erramos e acertamos na medida certa e que não há erro maior do que a omissão.

O desafio esta lançado! Estamos esperando você no próximo encontro, combinado?
Nossos agradecimentos aos representantes da SME, DRE Fo/Brasilândia, Sindicato, Movimento Anarcopunk, Pais, Professores e colegas de outras unidades educacionais.



Era uma vez uma pichação...

Pintura Artística do Muro da EMEI GUIA LOPES

Em resposta ao vandalismo racista de que nossa escola foi vítima no dia 16/10/2011, convocamos as crianças, pais, professores, ex-alunos,  outras unidades, artistas, grafiteiros, representantes de movimentos sociais e representantes da DRE FÓ/Brasilândia e SME para recontar esta história com as cores da infância.
Dia 04/11/2011 realizamos um encontro que superou todas as expectativas e transformou nosso muro em dos produtos finais mais significativos de nosso projeto.

O local da pichação foi preservado com uma moldura e transformou-se em suporte para um abaixo-assinado em repúdio à intolerância.
Desconhecemos os reposnsáveis pela autoria, mas este fato já nos parece distante e superado.
O que mais nos impressou, foi a participação de nossas crianças e a consciência do porque  estavam fazendo a pintura. O resto.....apenas detalhes.
Agradecemos a importante participação do Sr. Secretário de Educação Alexandre Schneider que esteve desde os primeiros momentos em contato conosco, da Sra. Diretora Regional de Educação Freguesia/Brasilândia Maria Antonieta Carneiro que possibilitou a organização do evento, da Sra, Supervisora Marcia Franco que atendeu a todas as nossas necessidades, a presença de toda a equipe de DOT da DRE/FO,  a significativa participação da EMEI Manoel Bandeira e EMEI Júlio de Mesquita Filho, do Movimento Negro Unificado, do movimento Anarcopunk, da artista plástica Ana Mora, do Michel pinturas artísticas, aos vizinhos que nos cederam suas casas para o som e que providenciaram a retirada de carcaças da rua. Enfim, a todos que se fizeram presentes, inclusive autorizando a colocação de seus nomes através das redes sociais. Obrigada!


quarta-feira, 2 de novembro de 2011

POIE DEISE - 2º LUGAR - PROFESSOR DESTAQUE 2011 - RÁDIO TEM GATO NA TUBA

Professora Orientadora de Informática Educativa é premiada no Concurso Professor Destaque - 2011.
Os alunos da EMEI GUIA LOPES vem demostrando que é possível aliar o tradicional formato dos programas de rádio de antigamente às novas tecnologias da informação e comunicação através da rádio mirim “Tem Gato Na Tuba”. A criação de uma mídia comunitária em que as crianças protagonizam todas as etapas do processo de construção do programa revela talentos e eleva a autoestima de todos os envolvidos no projeto.

A rádio acontece através de transmissões mensais em que toda a comunidade é convidada a participar.
No dia da transmissão, num ambiente democrático e colaborativo, entram em cena monitores, locutores, Djs, repórteres, fotógrafos e músicos infantis que dão um show de espontaneidade e autonomia abrindo um caminho futuro de novas possibilidades.

Pudemos constatar que, além de preconizar o domínio na utilização dos recursos tecnológicos disponíveis, a experiência obteve resultados que extrapolam nossas expectativas. As crianças envolvidas pelo projeto “Rádio Tem Gato Na Tuba” tornaram-se protagonistas de várias ações escolares após as transmissões da radio. A desenvoltura e articulação de suas ideias, a elevação da autoestima fazem-nas mais participativas em todos os projetos permanentes da escola. Curiosamente, durante a definição das funções da rádio, desenhou-se uma dinâmica que é comum a todos os grupos. As crianças que, no dia a dia, têm facilidade de expor suas ideias, escolhem a função de músicos da banda, àquelas que dificilmente se colocam em rodas de conversa, optam por serem locutoras. Este fato prova que um dos maiores ganhos desta experiência é a superação de desafios que as próprias crianças se impõem, fazendo-o com muita competência. O reconhecimento da fala e dos desejos infantis reforça a criação de um ambiente colaborativo que é perfeitamente visível durante e após as apresentações. A experiência proporcionou a criação de vínculos e a formação de verdadeiros grupos de trabalho e lazer. Cabe reforçar que o clima de cooperação surge espontaneamente entre as crianças.

Constatamos que, além de aprenderem a utilizar com autonomia todos os recursos tecnológicos, há uma mudança comportamental extraordinária em algumas crianças.

Antes, crianças que não tinham inciativa ou mesmo que não se relacionavam com outros adultos dentro do espaço escolar, libertam-se de suas inseguranças e tornam-se, visivelmente mais felizes e independentes.

Surpreendentes foram os talentos descobertos através da criação da rádio comunitária em nossa escola. Constatamos que a vivência de alguns processos democráticos que permeiam a criação e execução do projeto, tornaram nossas crianças protagonistas de seu próprio conhecimento. A Rádio Tem Gato Na Tuba comprovou a eficiência de um projeto em que os adultos são parceiros e trabalham para a concretização das ideias e sonhos infantis. Houve também um impacto significativo no modo de pensar de alguns profissionais no que se refere à desmistificação de rótulos impostos a algumas crianças da escola, conferindo-lhes maior credibilidade e reconhecendo outras habilidades e talentos, até então imperceptíveis.
A rádio Tem Gato Na tuba abriu-nos um mundo de possibilidades e com elas um novo olhar para nossas crianças. Pautada na espontaneidade de todas e de cada uma delas, vimos nos olhos de professores orgulhosos por seus alunos, um clima favorável à aprendizagem. A criação de vínculos afetivos e de respeito mútuo possibilitaram-nos desencadear um processo de socialização pleno e produtivo.

PARABÉNS, DEISE!!!!!!