Temos o prazer de apresentar as crianças africanas que vieram para a EMEI Guia Lopes, trazidas pelo Príncipe Azizi Abayomi e Sofia.
Enviamos, aleatoriamente a cada professor uma papel de carta
com a foto de uma das novas figuras de
afeto, com o seguinte desafio: Crie algumas características e uma breve história
de vida para este(a) boneco(a)
Além da enorme dificuldade em experimentar pela primeira vez
a responsabilidade de criar, o desafio inclua algumas exigências. Todas as
crianças vieram do Continente Africano, portanto seria necessária uma pesquisa antes da
redação final do texto sobre elas.
Na
semana passada as produções textuais fizeram parte de uma dinâmica proposta para os horários coletivos de formação.
Cada professora recebeu a história criada por uma colega de turno de trabalho diverso do seu com a seguintes orientações para análise:
1) A história é própria para crianças de 3 a 5
anos de idade?
2) Sinalize todas as informações que passam uma ideia negativa do Continente Africano.
3)
Quais relatos, frases ou situações podem ser definidas como ações afirmativas previstas em nosso Projeto Político Pedagógico?
3)
O que você mudaria nesta história? Por quê?
Não
é difícil imaginar que a maioria das histórias continha relatos sobre uma vida de privação e de intensos conflitos
emocionais. Situações de trabalho infantil, desnutrição, desarmonia familiar, pobreza
foram alguns temas detectados por nossa equipe.
Mais
importante do que as constatações, foi o processo que esta análise foi capaz de desencadear.
Enquanto
as professoras analisavam a história de suas colegas, foi possível observar que ficavam ruborizadas lembrando-se da história que haviam criado
para seus próprios bonecos.
Foi
um momento de estudo intenso e super produtivo!
Quando
terminamos as discussões, divulgamos a nossa pretensão de entregar a análise do
texto para as verdadeiras autoras da história.
Passados
alguns minutos de excitação e hesitação com frases absolutamente genuínas como:
“Meu Deus, e agora?”. “Mas é para deixar o nosso nome?”, “Vou levar para
minha casa”, atingimos o consenso.
As
histórias foram entregues às autoras com as observações feitas por suas colegas. Foi um dos momentos mais marcantes
de nosso projeto: ouvir o que o outro tem a nos dizer sobre a nossa produção.
Bem
, as histórias estão sendo reescritas e temos certeza de que de uma forma
totalmente diferente daquela primeira versão...
No
dia seguinte, para coroar a experiência, lemos um texto sobre a história do
Continente Africano que nunca nos ousaram contar....Mais uma vez aflora um sentimento estranho e talvez nunca vivido pelo grupo dentro de seu ambiente de trabalho...a indignação de passarmos anos estudando e termos, ainda muito o que aprender....
Que venham os novos conhecimentos!!!!
Parabéns, professoras da EMEI Guia Lopes! Vocês conseguiram vencer todos os desafios que preparamos desde o nosso primeiro encontro!
Cibele Araujo Racy Maria
SP 11-05-2014